A história nos ensina que Santa Quitéria foi a oitava das nove filhas do governador Lúcio Caio Atílio Severo e de Cálcia Lúcia Severo, famílias ilustres, porém idólatras. Nasceu no século V da era Cristã, na cidade de Braga, Portugal.
Cálcia Lúcia Severo, depois de ser estéril por muitos anos, concebeu e, por milagre da Divina Providência, deu a luz a nove meninas, que nasceram tão perfeitas como esposas que haviam de ser do Cordeiro Imaculado. Nesta época seu marido Lúcio Caio estava ausente, viajando pela península.
Cálcia dominada pela superstição e por se ver mãe de nove meninas, dadas à luz num só parto, decide afogar as nove meninas! Comunicando seu projeto a única pessoa que a havia assistido no parto, sua criada, Cita, e, depois de a obrigar a guardar o mais rigoroso segredo, ordena-lhe que primeiro divulgue a notícia de que ela tivera um parto infeliz e que as crianças vieram a morrer.
À noite, depois de a família ter se recolhido, Cálcia ordenou que Cita saísse e fosse mergulhar as nove meninas num dos poços do Rio Este – localizado no subúrbio de Braga.
Cita era cristã, mas mantinha sua fé escondida por causa das perseguições. Saiu e foi direto à casa do Arcebispo de Braga, Santo Ovídio, o qual, administrando o Sacramento do Batismo, pôs-lhes os seguintes nomes:
BASÍLIA, EUFEMIA, GENEBRA, GERMANA, LIBERATA, MARCIANA, MARINHA, QUITÉRIA E VITÓRIA.
Depois procurou famílias cristãs, nos arredores de Braga, para criarem e educarem as meninas.
Nessa época, levantou-se uma forte perseguição, pelos Romanos, contra os cristãos. As nove irmãs foram levadas à presença do Cônsul, que era o seu pai Lúcio Caio. Quando chegaram, elas revelaram ao espantado pai toda a verdade. A mãe confessou, o pai perdoou e as recebeu nos seus domínios.
A partir daí, os pais usaram de todos os meios para afastá-las da religião cristã. Não obtiveram sucesso. Então as nove acabaram fugindo do palácio real. Apenas uma foi encontrada: Quitéria. Ela foi levada de volta à presença de seu pai que, a partir daí, tornou-se mais tolerante com as práticas religiosas de sua filha.
Nova fuga ocorreu, quando Lúcio Caio quis obrigá-la a se casar com o nobre mancebo Germano. Quitéria fugiu para o Vale de Aufrázia que, desde sempre, acompanhou e registrou a lenda do martírio de Santa Quitéria.
No século VII, o povo começou a atribuir milagres a Santa Quitéria e venerá-la como mártir. Desde então, o nome de Santa Quitéria foi bastante difundido, sobretudo na França, Espanha e em Portugal.
Santa Quitéria chegou ao Brasil trazida pelos colonizadores portugueses.
Na história da Igreja, sempre houve homens e mulheres capazes de perder sua vida por uma causa justa e pelo Evangelho. A jovem Quitéria entregou-se inteiramente a Deus, e sua morte foi a coroação de sua fidelidade à Fé Cristã.
O martírio de Santa Quitéria ocorreu no dia 22 de maio de 477, data que foi adotada para celebrar a festa em homenagem à santa. A imagem de Santa Quitéria tem uma palma, que é símbolo do martírio. Suas vestes nas cores vermelho e verde lembram a bandeira de Portugal, sua pátria.
Oração à Padroeira Santa Quitéria
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Santa Quitéria, esposa de Cristo, recebestes no céu a coroa da glória eterna.
Senhor meu Jesus Cristo, Vós concedestes a Santa Quitéria a dupla coroa do martírio e da virgindade. Nós vos suplicamos que, assim como destes a Vossa serva o poder de derrotar o demônio e de converter muitas almas, pelos méritos dessa Vossa Santa, dignai-Vos dar-nos a graça de, com a intercessão de Santa Quitéria, estarmos defendidos das tentações do espírito das trevas.
Assim como concedestes a Santa Quitéria o dom de operar curas, nós Vos pedimos que, pela interseção de Santa Quitéria, estejamos protegidos contra as doenças, a peste e as enfermidades do corpo e da alma.
Que Assim seja!
Rezar 1 Pai-Nosso, 1 Ave-Maria e 1 Glória ao Pai.